terça-feira, 31 de julho de 2012

FARÓIS NO CAOS, LANÇAMENTO DAS EDIÇÕES SESC SP‏

FARÓIS NO CAOS, LANÇAMENTO DAS EDIÇÕES SESC SP, É RETRATO DE NOSSO PAÍS POR MEIO DE ENTREVISTAS HISTÓRICAS DO JORNALISMO CULTURAL.

“A mentalidade humana precisa mudar, senão este planeta vai explodir.” Jorge Mautner


Jornalista e poeta, Ademir Assunção traz ao público uma coleção de entrevistas realizadas por ele em sua prática jornalística, ao longo de mais de duas décadas e meia. Trata-se do livro Faróis no caos, lançamento das Edições SESC SP, uma seleção lapidada de longos diálogos com expressivos artistas e personalidades da cultura, publicados em grandes jornais e revistas do país. Uma viagem à multiplicidade cultural brasileira, partindo da acidez de personalidades como Grande Otelo e Sebastião Nunes, ou da espiritualidade do Monge Daiju, também encontrada em conversas com o poeta Roberto Piva. Figuras da cultura popular como Arnaldo Antunes, Caetano Veloso, Luiz Melodia e Lenine dividem espaço com artistas radicais como Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Chacal e Mario Bortolotto.

Faróis no caos é uma obra repleta de reflexões que, de maneira singular, refletem um cenário expressivo sobre a situação da produção artística e cultural brasileira. De forma natural, é possível identificar a sinestesia especial que ocorre na relação entrevistador e entrevistado, principalmente na medida em que os encontros demarcam trocas exponenciais de conhecimento.


O livro também traz entrevistas com Alice Ruiz, Antonio Risério, Augusto de Campos, Claudio Daniel, Geraldo Carneiro, Haroldo de Campos, Heriberto Yépez, Hermeto Pascoal, Jorge Mautner, Kaká Werá Jecupé, Luis Fernando Veríssimo, Marcatti, Márcia Denser, Nelson de Oliveira, Néstor Perlongher, Paulo Leminski e Sebastião Nunes, sempre com abordagem densa e profunda, longe do superfialismo. Além disso, a maior parte das entrevistas foi ampliada em relação à sua publicação original, contando com comentários inéditos.


Em Faróis no caos, o autor dá destaque a artistas e personalidades que realmente têm “algo a dizer”, deixando em segundo plano a notabilidade midiática de cada um deles. Desde a primeira transcrição, que contempla uma conversa franca com o poeta e ensaísta Haroldo de Campos, até a chocante entrevista com o escritor Glauco Mattoso, nota-se que a diversidade de opiniões e comportamentos só enriquece a obra. Da poesia concreta de Augusto de Campos à anarquia e surrealismo de Roberto Piva, a leitura nos transporta a mundos distintos e fascinantes.

A complexidade da experiência humana é bastante explorada durante as entrevistas, conduzidas de maneira em que o “sentir” e o “pensar” criam significados inusitados. Nos campos da poesia, da prosa, das artes cênicas, da espiritualidade, da música e da cultura em geral, percebe-se em cada individuo ouvido e questionado, o quanto há de humanidade em suas obras. Enquanto o poeta Paulo Leminski caminha entre os extremos, solidificados em influências do rebelde Rimbaud e do silêncio valorizado pelo zen-budismo; Arrigo Barnabé, dentro da complexidade musical e lírica de sua obra Clara Crocodilo, explica sua criação a partir do minimalismo do gosto pessoal, em que o intelectual dialoga constantemente com o inconsciente.

Ao final da leitura, é possível dizer, sem grande pretensão, que o conjunto das entrevistas também diz muito sobre o próprio autor. Grande parte dos personagens retratados compartilham consigo experiências e visões de mundo, mesmo que, muitas vezes, transpareçam opiniões e opções de vida diferentes. Ademir Assunção está na influência do zen e de Rimbaud em Paulo Leminski, na necessidade de romper barreiras de Hermeto Pascoal, Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção. Está também no submundo de Nelson de Oliveira e Marcatti e na influência dos alucinógenos de Roberto Piva e Arnaldo Antunes. 

“O cerne da arte da entrevista está no encontro de duas pessoas, uma disposta a conhecer, outra predisposta a contar, cada qual trazendo consigo repertórios e visões de mundo. compatíveis ou não, passíveis de serem divididas entre si e com as demais”.

Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do SESC São Paulo.


Ademir Assunção participa da mesa “Jornalismo e Crítica Cultural” dia 14 de agosto (terça-feira), 18h, no Salão de Ideias da 22ª Bienal Internacional de Livros de São Paulo. O bate papo conta ainda com a participação do cantor e compositor Jorge Mautner e mediação de Maurício Kubrusly. O evento organizado pelas Edições SESC SP tem parceria com a Câmara Brasileira do Livro.

O lançamento de Faróis no Caos ocorrerá no dia 28 de agosto (terça-feira), às 20h no SESC Pinheiros. Na ocasião, além do autor, participam de um debate sobre jornalismo cultural o jornalista Maurício Kubrusly e o dramaturgo Mário Bortolotto.


FICHA TÉCNICA:

Editora: Edições SESC SP
ISBN: 978-85-7995-023-0 | Páginas: 408 p. | Formato: 16 x 23 x 3 cm | Preço: R$ 55,00

As publicações das Edições SESC SP podem ser adquiridas em todas as unidades SESC SP (capital e interior), nas principais livrarias e também pelo portal 



SOBRE O AUTOR

Ademir de Assunção, nascido em 1961, formado em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina, foi repórter cultural dos jornais Folha de Londrina (1983-1986), O Estado de São Paulo (1986-1988) e Jornal da Tarde (1990-1991), posteriormente assumindo o cargo de editor-assistente do caderno “Ilustrada”, da Folha de São Paulo, durante o ano de 1991. Publicou os livros LSD Nô, A Máquina Peluda, Cinemitologias, Zona Branca e A Voz do Ventriloquo, entre outros. Transita entre a poesia, a prosa e a musica, com parcerias gravadas por Itamar Assumpção, Edvaldo Santana e Madan, além das cantoras Maricene Costa, Patrícia Amaral e Titane.

Em sua vasta produção, integrou antologias como Outras Praias / Other Shores (edição bilíngue – 1998) e Geração 90 – Os Transgressores (2003) e teve poemas publicados nas coleções Pindorama – 30 Poetas de Brasil (Revista tsé=TSE, Buenos Aires/ Argentina, 2000) e New Brazilian & American Poetry (Revista Rattapallax 9, New York/EUA, 2003). Estendeu a percepção de seus trabalhos no cenário internacional com participação em exposições de poesia visual em Sydney, Lisboa e Paris.Atualmente é editor da revista literária Coyote, junto com os poetas Marcos Losnak e Rodrigo Garcia Lopes...

SOBRE EDIÇÕES SESC SP

Segmento editorial do SESC, as publicações das Edições SESC SP são pensadas e construídas em um longo processo de maturação e discussão, justamente por estarem envolvidas em projetos de largo alcance. As Edições SESC SP têm em seu catálogo publicações nas áreas de cultura, artes, esportes, ciências sociais, educação, filosofia, terceira idade e história. Muitos desses trabalhos articulam-se em diversas mídias, para atender aos anseios de um público interessado em informações plurais, que podem vir de diferentes recursos multimídia, integrando texto, áudio e vídeo. Seu projeto gráfico, muitas vezes arrojado e experimental, constitui-se também em um campo para a criação. Com o intuito de expandir seu campo de ação, atendendo a um público cada vez maior, o SESC programou o lançamento de cerca de 30 novos títulos para o ano de 2012, complementando o catálogo construído nos últimos anos e firmando-se cada vez mais como uma importante referência em publicações culturais no país.

Fonte: Baobá Comunicação
Postagem: Magno Oliveira

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