Idealizada pelo ICCo, a mostra é a maior individual da carreira do fotógrafo
Segundo o artista canadense Jeff Wall, “existe o fotógrafo caçador, aquele que espera o momento certo de clicar uma situação, e existe o fotógrafo agricultor, que constrói a situação a ser fotografada”. O conceito inspirou o título da exposição de Rodrigo Braga, Agricultura da Imagem, que o Sesc Belenzinho recebe entre 3 de setembro e 30 de novembro, no Galpão, com entrada livre ao público. A mostra é idealizada pelo ICCo – Instituto de Cultura Contemporânea, e tem curadoria de Daniel Rangel.
“A
construção da imagem é um processo constantemente realizado no trabalho
de Rodrigo, que sempre parece estar buscando imagens que já existem em
sua cabeça, em um eterno déjà vu imagético”, destaca o curador.
Rodrigo
nasceu no Amazonas em 1976, mudou-se para Pernambuco aos dois anos e
vive no Rio de Janeiro desde 2011. O deslocamento entre esses três
estados nos últimos quatro anos e a experiência com os diferentes biomas
e culturas de cada um resultou no material da nova exposição, a maior
de sua carreira, com 30 fotografias, três vídeos e objetos encontrados
nas investigações em campo.
Filho
de biólogos, o artista utiliza um peculiar método de criação, que marca
sua trajetória artística: ele mergulha na natureza local mais inóspita
em busca de cenários e elementos para compor suas fotos e realizar seus
vídeos. A imersão em cada lugar dura geralmente um mês, em solidão,
quando, como um bom agricultor de imagens, ele “aduba” as paisagens que
vão compor as fotografias com elementos que encontra pelo caminho, como
folhas, pedras e flores, e outros que compra em mercados e feiras
locais, como carcaças de animais.
“Minhas
fotos são fictícias, totalmente produzidas”, explica Braga, vencedor do
Prêmio MASP Artista Emergente de 2013. “Exploro a região para encontrar
inspiração e faço desenhos em meu caderno de croquis, que no futuro se
transformarão no trabalho final”. Esses rascunhos estarão presentes na
mostra, numa espécie de gabinete do artista, onde os visitantes
descobrirão como funciona seu processo criativo.
Para
a nova exposição, o fotógrafo explorou o Rio Negro, o litoral de
Pernambuco e os cursos d’água do bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro.
“Trabalho com o conceito da mimesis, que significa
representação em grego”, conta. Durante a concepção das fotografias, ele
mistura os elementos e mostra como se complementam e se assemelham. “Um
peixe pode se transformar numa folha, assim como uma folha pode se
parecer com um peixe”, diz. Para a nova exposição, ele recolheu peixes
descartados por pescadores ou encontrados na maré baixa. O uso das
carcaças, uma marca em seu trabalho, também o ajuda a retratar o sentido
cíclico da morte, de transformação e integração, tão marcante na
natureza e presente nas obras de Agricultura da Imagem a partir de
setembro.
Além
das fotografias e do gabinete do artista, os três vídeos presentes na
mostra também exaltam o processo de criação de imagens que resultou no
trabalho. Segundo Rangel, a relação de Rodrigo com a natureza é ainda
mais profunda em sua produção audiovisual. “Ao fazer suas ações
performáticas, que dão origem aos vídeos, ele busca um diálogo direto
entre homem e natureza”.
Sobre Rodrigo Braga
Sobre Rodrigo Braga
Rodrigo
possui obras em acervos como o do Museu de Arte Moderna do Rio, Museu
de Arte Moderna de São Paulo, Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães
(MAMAM) de Pernambuco, Museu de Arte Contemporânea do Paraná e na Maison
Européene de la Photographie de Paris.
Seu trabalho transita entre a performance, a fotografia e o vídeo, onde frequentemente se coloca como personagem principal de sua obra, que tem forte relação com a natureza. Braga participou das últimas edições da Bienal Internacional de São Paulo e da Bienal de Cerveira, em Portugal. Em 2012, venceu o prêmio Pipa de Artes Visuais na categoria Voto Popular Exposição. Entre agosto e outubro de 2013, realizou uma residência artística na Residency Unlimited, no bairro do Brooklyn, em Nova York, como prêmio da bolsa ICCo/SP-Arte 2013.
Seu trabalho transita entre a performance, a fotografia e o vídeo, onde frequentemente se coloca como personagem principal de sua obra, que tem forte relação com a natureza. Braga participou das últimas edições da Bienal Internacional de São Paulo e da Bienal de Cerveira, em Portugal. Em 2012, venceu o prêmio Pipa de Artes Visuais na categoria Voto Popular Exposição. Entre agosto e outubro de 2013, realizou uma residência artística na Residency Unlimited, no bairro do Brooklyn, em Nova York, como prêmio da bolsa ICCo/SP-Arte 2013.
Sobre o ICCo
O Instituto de Cultura Contemporânea é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) fundada em 2009, para promover a arte contemporânea.
Sem fins lucrativos, seu
objetivo é identificar oportunidades e preencher lacunas no ambiente
artístico brasileiro, valorizando a experimentação em artes visuais e
propondo um novo modelo de atuação.
As principais estratégias de ação do ICCo são a internacionalização, ao promover a arte contemporânea brasileira fora do país; a gestão compartilhada, articulando parcerias com outras instituições no Brasil e no exterior; e revisitar aspectos da história da arte brasileira relacionando-os a produção atual.
www.icco.art.br
As principais estratégias de ação do ICCo são a internacionalização, ao promover a arte contemporânea brasileira fora do país; a gestão compartilhada, articulando parcerias com outras instituições no Brasil e no exterior; e revisitar aspectos da história da arte brasileira relacionando-os a produção atual.
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Agricultura da Imagem, de Rodrigo Braga
Abertura: 03/09, apenas para convidados
Visitação: de 04/09 a 30/11/2014.
Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e feriados, das 10h às 19h.
Classificação Livre. Grátis.
Local: Galpão
Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.
Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
www.sescsp.org.br/belenzinho
Estacionamento
R$ 6,00 a primeira hora e R$ 1,00 por hora adicional (não matriculados)
R$ 3,00 a primeira hora e R$ 1,00 por hora adicional (matriculados no Sesc)
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