Roberto Prado colabora com o Folhetim Cultural desde o início de 2011, Devaneios do Ranzinza a partir deste ano todas ás segundas 18 horas e o Chá das 5 uma vez ao mês no sábado. Roberto Prado já publicou dois livros pela (CBJE) Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Gringas e Outras Histórias está na segunda edição.
Blog de Roberto Prado: http://blogdonemesis.blogspot.com.br/
O QUE É UMA CRÔNICA?
Crônica, nada é mais fútil, mais importante, mais
sem graça, mais cheia de fatos e dados históricos, que uma crônica.
Ela é extremamente datada, mais em poucos anos é
importantíssima como fonte de pesquisa de comportamentos. Ela é uma fotografia,
que tirada hoje, amanhã está amarelada e desbotada.
Encontrada num arquivo, no futuro, mostra-se
radiante como uma pintura à óleo.
A crônica é um inferno quando temos assuntos à mão
cheia, e um delicioso desafio quando nos falta assunto, quando olhamos a janela
e nada vemos, olhamos para os lados e nada nos surge por milagre, então
reviramos gavetas, revemos velhas fotos, esprememos os miolos à busca de velhas
memórias, vamos à cozinha tomamos um café, folheamos o jornal de ontem, as
revistas de passadas semanas, vamos ao jardim, levamos o lixo para fora,
atendemos telefones (com raiva, afinal ele nos dispersou a concentração), lemos
velhas cartas, ou os e-mails que nos enchem a caixa, enfim feito fantasmas
vagamos, ora com o corpo, ora com a mente pela casa e pelo espaço/tempo.
Então passadas as horas, desesperados, sentamo-nos
em frente ao monitor e contamos a miséria que foi o dia de hoje, o “ter de
escrever”, e voilá, temos a crônica ali, bonitinha, rindo de nossa cara, de
nosso desespero, de nossa aflição, de nossa camisa ensopada de suor.
A crônica é peleja, um medir de forças, em que o
vencedor é sempre e sempre o leitor, que recebe essa futilidade, essa falta de
assunto, esse divagar sem sentido, esse dado histórico, essa fotografia do dia
a dia.
A Crônica é uma razão de viver.
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