Entre 1 de junho e 24 de novembro acontece a 55ª edição da Esposizione Internazionale d'Arte – La Biennale di Venezia.
Curada por Massimiliano Gioni, a exposição recebe o título de O Palácio
Enciclopédico e propõe-se a indagar sobre o domínio da imaginação.
Interroga, por meio da arte, sobre o destino das "imagens interiores em
um mundo assediado por imagens exteriores". A representação oficial
brasileira na mostra, com curadoria do venezuelano Luis Pérez-Oramas,
visa ressonância com o tema proposto ao passo que reflete os motivos,
ideias e modalidades curatoriais que regeram a organização da 30ª Bienal
de São Paulo – A iminência das poéticas (2012).
Buscando
levar a Veneza as produções de significativos artistas brasileiros
contemporâneos, o Pavilhão Brasileiro, localizado nos Giardini, deve
organizar sua presença através de uma estrutura "constelar",
procedimento já experimentado pelo curador na Bienal de São Paulo.
Ancoram a mostra os artistas Hélio Fervenza (Sant’Ana do Livramento,
1963) e Odires Mlászho (Mandirituba, 1960), convidados a produzir obras
inéditas para a exposição. Conforme aponta Pérez-Oramas: “Ambos são
artistas que empreenderam uma densa produção, sustentada por um esforço
sistemático de inteligência formal e cujas obras, complexas e ricas,
merecem uma recepção mais estudada por parte da crítica contemporânea.
Suas obras, pouco conhecidas fora do Brasil, serão sem dúvida revelações
para o público internacional”.
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Além
das obras especialmente comissionadas, tanto Fervenza quanto Mlászho
têm frequentado em suas investigações as implicações formais e
existenciais da "fita de Moebius" – estrutura estudada por August
Ferdinand Moebius, em 1858, a partir da colagem de duas extremidades de
uma fita. Com o objetivo de assinalar uma arqueologia brasileira
simbolicamente protagonizada pela "fita de Moebius" a curadoria pretende
constituir uma constelação histórica de obras que acompanhem a produção
dos artistas selecionados. Essa constelação estará pontuada pelas
esculturas: Côncavo/Convexo (1946) do italiano Bruno Munari, Trepante/Obra Mole (1965) da brasileira Lygia Clark e a célebre Unidade Tripartida (1948) do suíço Max Bill.
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"Essa
trilogia de obras fundamentais seria o articulador histórico das obras
de Fervenza e Mlászho em Veneza, enfatizando o espírito de abertura e
intercâmbio da cultura brasileira moderna, assim como a riqueza de seu
"humanismo antropofágico" e assinalando a potencialidade do futuro de
seus artistas contemporâneos" – completa Pérez-Oramas. Dessa forma, para
a dada curadoria, a representação nacional brasileira na 55ª edição da
exposição é fruto de uma colaboração entre grandes instâncias da cultura
contemporânea brasileira: a Fundação Bienal de São Paulo, o Museu de
Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), o Instituto
Tomie Ohtake e a Associação Cultural “O Mundo de Lygia Clark”; além da
participação da Galleria Nazionale d’Arte Moderna di Roma, que reforça
vínculos históricos entre Brasil e Itália na ocasião da Biennale di Venezia.
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Sobre a participação brasileira na 55. Esposizione Internazionale d'Arte – La Biennale di Venezia
A
mais antiga das grandes mostras internacionais de arte, a 55ª Exposição
Internacional de Arte – La Biennale di Venezia oferece, a cada dois
anos, uma grande exposição coletiva e dezenas de pavilhões nacionais. O
pavilhão do Brasil, por sua vez, construído em 1964 no espaço mais
prestigiado do evento italiano, os Giardini, é o lugar onde o próprio
país escolhe e expõe artistas que a cada nova edição o representam.
Desde 1995, a responsabilidade por essa escolha foi outorgada pelo
governo Brasileiro à Fundação Bienal de São Paulo, reconhecimento da
grande importância da instituição – a segunda mais longeva no gênero em
todo o mundo – para as artes visuais do país. Para o comissário da
exposição e atual Presidente da Fundação Bienal de São Paulo, Luis
Terepins: “A
organização da participação brasileira nas Bienais de arte e
arquitetura de Veneza já faz parte da tradição da Fundação Bienal. Nesta
edição, poder ter um projeto que apresenta grande ressonância com a 30ª
Bienal de São Paulo demonstra o quanto estamos alinhados e
comprometidos em dar continuidade aos projetos da Fundação, assim como
reforçar a voz dos artistas contemporâneos brasileiros em âmbito
mundial”.
Participação do Brasil na 55ª Exposição Internacional de Arte - la Biennale di Venezia
Comissário: Luis Terepins, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo
Curador: Luis Pérez-Oramas
Cocurador: André Severo
Artistas Participantes: Hélio Fervenza, Odires Mlászho, Lygia Clark, Max Bill e Bruno Munari
Título da Exposição: Dentro/Fora (Fervenza/Mlászho/Clark/Bill/Munari)
Local: Pavilhão do Brasil
Endereço: Giardini Castello, Padiglione Brasile, 30122 Veneza, Itália
Data: de 1 de junho a 24 de novembro de 2013
Fonte: Julia Saleme A4 Comunicação Postagem: Magno Oliveira
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