Roberto Prado colabora com o Folhetim Cultural desde o início de 2011, Devaneios do Ranzinza a partir deste ano todas ás segundas 18 horas e o Chá das 5 uma vez ao mês no sábado. Roberto Prado já publicou dois livros pela (CBJE) Câmara Brasileira de Jovens Escritores, Gringas e Outras Histórias está na segunda edição.
Blog de Roberto Prado: http://blogdonemesis.blogspot.com.br/
A QUEDA DE GERMANO
Vagarosamente, devagar, quase em
câmera lenta Germano cai. Como se estivesse numa gravidade lunar, sua cabeça
aproxima-se vagarosamente do chão de pedras.
Numa vagarosidade vertiginosa Germano
vê o chão vir em sua direção. Seus braços pesados como chumbo estão imóveis,
não, não imóveis, mais parecem braços feitos de panos, balançando-se feito
bandeirinhas ao vento, eles não mais obedecem a sua vontade. Germano não
consegue faze-los amparar a sua queda.
O chão aproxima-se mais e mais.
As pernas, como arames, estão
enroscadas uma a outra, os seus pés, parece, trocaram de lugar, onde deveria
estar o direito, o esquerdo, e vice-versa.
O chão aproxima-se ainda mais.
O rosto de Germano estampa o desespero,
a perplexidade, a impotência. O chão sujo está ainda mais próximo. Sua
respiração está suspensa, seu coração bate tão rápido que parece que parou.
A paisagem á sua volta tornou-se um
borrão multicolorido, enquanto cai Germano espanta-se com o repentino silêncio,
tudo parece parado, estático, congelado.
O chão mais perto.
Germano voa, desliza pelo espaço qual
um super-homem de história em quadrinhos, verticalmente flutua, cai...
O chão duro recebe o corpo de Germano.
Encabulado Germano levanta-se, amarra
o cadarço de seus sapatos e segue em frente, embaraçado, envergonhado, com
vontade de morrer de vergonha.
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