Festival de documentários divulga programação; filmes sobre Tropicália e Jorge Mautner serão exibidos na abertura
Foto: Divulgação
"Cabra Marcado para Morrer": filme essencial orienta retrospectiva de Eduardo Coutinho
Marcado para o período entre 22 de março e 1º de abril, o festival de documentários É Tudo Verdade exibirá em São Paulo e no Rio de Janeiro 80 filmes de 27 países, tudo com entrada franca. Um dos destaques do gênero no mundo, o evento vai mostrar pela primeira vez no Brasil o curta "Saving Face", vencedor do Oscar 2012, e o novo filme de Werner Herzog, "Ao Abismo" ("Into the Abyss").
A música brasileira vai dar o tom na abertura das duas cidades. Na capital paulista, no dia 22, será projetado "Tropicália", de Marcelo Machado, documentário sobre a formação do movimento cultural liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, enquanto o Rio, no dia seguinte, verá em primeira mão "Jorge Mautner - O Filho do Holocausto", dirigido por Pedro Bial e Heitor D'Alincourt.
Nas retrospectivas, o destaque é "Cabra Marcado para Morrer" (1984), de Eduardo Coutinho, conhecido por filmes como "Edifício Master", "Jogo de Cena" e o recente "As Canções". Gestado inicialmente como um longa de ficção em 1964, "Cabra" foi interrompido pela ditadura militar e só retomado 20 anos depois, reunindo a equipe original.
Nesse meio tempo, Coutinho se tornou um documentarista tarimbado no programa "Globo Repórter" e é esse período que o festival enfoca: rivalidades, pistoleiros e a pobreza no interior brasileiro nos especiais de TV que ajudaram a formar o cineasta de "Cabra Marcado para Morrer".
Nesse meio tempo, Coutinho se tornou um documentarista tarimbado no programa "Globo Repórter" e é esse período que o festival enfoca: rivalidades, pistoleiros e a pobreza no interior brasileiro nos especiais de TV que ajudaram a formar o cineasta de "Cabra Marcado para Morrer".
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"Ao Abismo", de Werner Herzog: dia-a-dia de um condenado no corredor da morte nos EUA
"É a grande obra documental do cinema brasileiro, influente para a renovação do documentário no país", afirma o crítico Amir Labaki, fundador e diretor do É Tudo Verdade. Estão marcados debates reunindo Coutinho e as pessoas envolvidas na produção e o restauro recente do filme pela Cinemateca Brasileiro. "É a chance de recuperar a história desse grande clássico."
Agrupados em seções específicas (competição, especiais, o Estado das Coisas, foco latino-americano), a seleção internacional não apresenta uma unidade, na opinião de Labaki.
"Após o 11 de Setembro, houve uma guinada para a politização do documentário. Isso foi perdendo força nos últimos anos rumo a uma hibridização. Retratos da Primavera Árab continuam essa linha de documentário 'cívico', mas é um momento mais nebuloso, sem um vetor hegemônico. Bato o olho na programação e vejo como o leque é amplo, desde vídeos diários até filmes com dimensões épicas, o que revela uma nova capacidade de produção em escala internacional."
Entre os documentários brasileiros, o cenário já é mais claro. "De um lado, há uma renovação do documentário histórico-cultural, com narrativas diferenciadas, e do outro, a escola do cinema direto continua forte, apoiada pela revolução digital." O É Tudo Verdade tem o maior prêmio do país para um longa-metragem documentário, no valor de R$ 110 mil para o filme vencedor da competição. Depois de São Paulo e Rio de Janeiro, o festival segue numa versão reduzida para Brasília, em abril, e Belo Horizonte, em maio. Veja a programação no site oficial.
Agrupados em seções específicas (competição, especiais, o Estado das Coisas, foco latino-americano), a seleção internacional não apresenta uma unidade, na opinião de Labaki.
"Após o 11 de Setembro, houve uma guinada para a politização do documentário. Isso foi perdendo força nos últimos anos rumo a uma hibridização. Retratos da Primavera Árab continuam essa linha de documentário 'cívico', mas é um momento mais nebuloso, sem um vetor hegemônico. Bato o olho na programação e vejo como o leque é amplo, desde vídeos diários até filmes com dimensões épicas, o que revela uma nova capacidade de produção em escala internacional."
Entre os documentários brasileiros, o cenário já é mais claro. "De um lado, há uma renovação do documentário histórico-cultural, com narrativas diferenciadas, e do outro, a escola do cinema direto continua forte, apoiada pela revolução digital." O É Tudo Verdade tem o maior prêmio do país para um longa-metragem documentário, no valor de R$ 110 mil para o filme vencedor da competição. Depois de São Paulo e Rio de Janeiro, o festival segue numa versão reduzida para Brasília, em abril, e Belo Horizonte, em maio. Veja a programação no site oficial.
Postagem: Natan Fellipe
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