Final de tarde, véspera de carnaval. Depois de
quase 2 meses sem cuidar de interesses do Folhetim Cultural vejo release de uma
escritora até então para mim desconhecida ela é Lucília Garcez e seu mais
recente trabalho O Descobrimento do Rio Amazonas. O convite para entrevista foi
aceito de prontidão e se estendeu pela semana chegando ao seu resultado final num
fim de domingo início do horário de verão. Para ler a íntegra os leitores terão
que aguardar a revista digital Folhetim Cultural a ser lançada a sua primeira
edição em junho. Quem quiser garantir a boa leitura pode solicitar pelo e-mail folhetimcultural@hotmail.com por hora um pouquinho da conversa por e-mail. Ela em Brasília eu em São
Paulo. Uma prova que a tecnologia é importante para a cultura mundial e o
florescimento da escrita como destacou a Revista de Cultura Bravo em sua edição
de outubro, este que será o tema da primeira edição de nossa revista digital e
a qual pedi a opinião de Lucília.
Na edição de Outubro especial de aniversário de 15 anos a revista Bravo
da Editora Abril, pediu para especialistas falarem sobre os 15 fatos mais
relevantes da cultura brasileira nos últimos 15 anos. Segundo a revista o fato
mais relevante de número 1 foi o florescimento da escrita causada com o impacto
da tecnologia.
Concorda com isso e por quê?
Concordo sim. As novas tecnologias
estão motivando as pessoas a escreverem muito. Quando já se tinha perdido o
hábito de escrever cartas, as pessoas agora escrevem e-mails. Escritores que se
intimidavam com o contato com editoras agora criam seus blogs e depois lançam
seus livros impressos. O Facebook estimulou o contato por escrito entre as
pessoas. Hoje se escreve muito mais do que há dez anos.
A entrevista se deu em duas partes e
quase duas semanas algumas perguntas ficaram sem resposta como: O que é o amor,
melhor político. Outras podem causar polêmica e um debate inteligente como
perguntas que tiveram como norte a educação no Brasil.
Como você avalia o trabalho realizado na educação (pelo Governo Federal)
nos últimos 20 anos?
Houve essa democratização, há um esforço para
garantir merenda, uniforme, transporte, livro didático, biblioteca escolar,
prédios, quadras esportivas (são inúmeros itens), mas ainda falta muito
para a qualificação contínua dos professores. Trabalhei em um programa de
formação para professores de séries iniciais (Praler), mas ficou na gaveta do
MEC.
Você é a favor da cota racial nas universidades, por quê?
Sou muito a favor. Nossa dívida com os negros
é muito grande. Abolimos a escravidão e os deixamos na miséria. Com o tempo vai
haver igualdade social decorrente dessas chances que estão sendo dadas à
população negra.
Conversar com atores culturais como é o caso
de Lucília Garcez fica inevitável não falar de cultura e literatura.
Qual seu autor favorito?
Não posso escolher apenas um: amo
Machado de Assis, adoro Graciliano Ramos, Rubem Braga, Guimarães Rosa, Milton
Hatoum, Raduam Nassar, José Lins do Rego, Nelson Rodrigues, Jorge Amado, Ligia
Fagundes Telles, Clarice Lispector, Chico Buarque... E entre os estrangeiros
Philip Roth, Marguerite Duras, Katherine Mansfield, Sandor Marai, Gabriel
Garcia Marques... A lista não tem fim.
E porque não falarmos de outros
trabalhos.
Seu primeiro livro infantil é sobre Luiz Gonzaga que ano passado
completou 100 anos de seu nascimento. Dá para mensurar a importância de grandes
nomes da arte para a cultura brasileira?
Um país consolida sua identidade por meio de
seus artistas, seus criadores. Somos o que nossos artistas produziram sobre
nós. Por isso é muito importante que as crianças conheçam e valorizem esses
artistas. Imagine o que seria de nosso país sem nossos músicos, sem nossos
pintores, sem nossos cineastas, sem nossos escritores... Não existiríamos como
nação. Seríamos um bando de ignorantes sem importância nenhuma no mundo.
É claro que não poderíamos deixar de falar de
seu recente trabalho.
Como foi o processo de criação de seu mais recente livro, O
Descobrimento do Rio Amazonas, o
que levou a escreve lo?
A ideia original foi do meu amigo ilustrador Jô
Oliveira. Tínhamos planejado fazer o livro juntos, mas ele estava envolvido com
outros trabalhos e me liberou para trabalhar com outro ilustrador.
Partimos do original do Frei Carvajal, que fez parte da expedição e escreveu um
livro contando a aventura. Foi uma adaptação.
Fale de suas parcerias com ilustradores, e em especial a do Ciro
Fernandes?
Ciro é muito amigo do Jô Oliveira, que foi
quem o indicou para a editora. Já conhecia e admirava muito o trabalho dele.
Foi uma honra ter um livro ilustrado com gravuras tão lindas de um gravador tão
competente. Às vezes começo um trabalho já combinado com o Jô Oliveira, outras
vezes a editora indica o ilustrador. Sempre tenho que aprovar as ilustrações
antes de o livro ir para a gráfica. Tive sorte. Todos são ótimos.
Na entrevista falamos de amigos,
educação, política, cultura, Deus, religião, literatura, etc. Enquanto vocês
leem O Descobrimento do Rio Amazonas aguardem a integra da entrevista em junho
na revista digital Folhetim Cultural. O convite para a leitura desta obra fica
por conta da autora: Venham conhecer a
história cheia de aventura da descoberta de nosso rio/mar.
Ficha técnica
Livro: O descobrimento do Rio Amazonas
Editora Prumo
Autor: Lucília Garcez
Selo: pruminho
ISBN: 978-85-7927-246-2
Formato: 20 x 20 cm
Nº de páginas: 48
Preço: R$ 28,90
Entrevista e matéria: Magno Oliveira
Entrevistada: Lucília Garcez
Agradecimentos: Julia Saleme A4 Comunicação
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