segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Semana Bruno Martins: Chás das 5: A Força de Alencar

Bruno Martins é radialista formado pelo SENAC SP, trabalhou numa rádio da cidade de Santa Isabel por um curto período de tempo. Ao longo deste ano esteve colaborando com este blog, que junto com Magno Oliveira criou, através do Chá das 5. Nesta última semana reservamos esta homenagem a este futuro talento do jornalismo brasileiro com a Semana Bruno Martins.


Até onde um homem pode ir com a força de vontade? Mesmo quando o seu corpo parecia pedir descanso eterno, lá estava, ele resolvendo um problema nacional, quando na sua vida haviam vários. Chegaria este homem há algum lugar?

José Alencar dezessete cirurgias, nove tumores e muita força de vontade. Alencar chegou longe, do interior de Minas a Brasília, aos quatorze anos saiu de casa, largando papai e mamãe (uma maneira dócil como ele mesmo se referia aos seus pais, já com os seus quase oitenta anos) para mais tarde se tornar um grande homem público. Foi empresário, senador e até se tornou o vice do Filho do Brasil.

Para muitos Alencar foi tarde demais, pois a própria nação sofria com o mesmo a cada internação, um câncer atrás do outro e uma grande história de superação. Hoje o Brasil está de luto, pois morreu a única esperança, que lhe restava de uma política mais simples regada à honestidade de Alencar, morreu o herói de uma nação que trabalhava atrás dos bastidores, para arrumar um Brasil que caminhava as margens da solidão.

Até onde um homem pode ir com a força dos seus braços, que muitas vezes se tornam fracos e frágeis, não suportando nem o peso do seu corpo? Este homem certamente não chegará há 
lugar algum, se no caminho dele existir uma pedrinha, que ele se acha incapaz de chutá-la. Quantas pedras chutou José Alencar? Foram incontáveis, ele construiu a sua própria escada, definiu cada degrau na medida em que ele queria e subiu acreditando, que um dia ele chegaria ao topo. Hoje a ousadia de Alencar o levou ao topo, ele não desafiou a morte, mas lutou contra ela até o fim, muitas vezes foi jogado contra a parede, mas não se rendeu. Hoje ele morreu? Não! Ele apenas foi fazer uma viagem sem volta, para esquecer os problemas, o câncer, as cirurgias, ele não aguentava mais olhar para a cara dos médicos. Alencar um dia voltará numa outra vida, pois, deixou aqui um grande legado, uma grande história de fé e determinação.

Um amigo Armando Machado se aqui estivesse, diria que para poucos homens como José Alencar, morrer uma vez, só ficou barato demais.

Bruno Martins

29/03/2011

Um comentário:

  1. Magno!

    Venho trazer os meus votos de um Ano Novo de PAZ e muito sucesso. À você e à turma toda!

    Que este folhetim em breve seja um grande jornal Literário!

    Beijos

    Mirze

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