segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

São Paulo 458 anos: Chá das 5 especial O Quadro por Bruno Martins


Bruno Martins é radialista formado pelo SENAC SP, trabalhou numa rádio da cidade de Santa Isabel por um curto período de tempo. Ao longo deste ano esteve colaborando com este blog, que junto com Magno Oliveira criou, através do Chá das 5. Nesta última semana reservamos esta homenagem a este futuro talento do jornalismo brasileiro com a Semana Bruno Martins.

Blog do Bruno Martins: http://blogdobrunomartins.blogspot.com/

O Quadro

São Paulo uma exposição de belas artes que retrata um pouco de mim, de você, da humanidade. São Paulo de vários povos uma miscigenação que une o rico ao pobre, cada família com sua estirpe e uma crença religiosa que muitas vezes não bate com a do outro, gerando um conflito entre o homem e o sobrenatural.

São Paulo de judeus, palestinos, chineses e israelitas; o mundo vive aqui. Pessoas que largaram suas famílias, seu país em busca de uma vida melhor, pessoas que largaram as cidadezinhas do interior para ganharem a vida na maior cidade da América Latina. Uma exposição de prédios e poucas casas de carros e pessoas de sombras indiferentes, de máquinas e tecnologias que destroem o nosso meio ambiente. Algumas invisíveis outras nem tanto transformando essa metrópole em um horizonte morto.

Como um quadro obscuro São Paulo é repleto de surpresas obras vivas pintadas com cores e sombras indiferentes, rostos e pernas se perdem entre neblinas sonolentas. Um impacto agressivo que a obra não mostra, um degredo não cumprido medo, dor, fome a vitrine da revolta no olhar de uma criança. Crianças essas expostas por todos os cantos dessa cidade em retratos que a burguesia não olha, inundando a alma obscurecendo a mente, afogando o sonho. Sonho de ser criança.

São Paulo sua beleza me encanta tantas ruas e nenhuma igual à outra, tantos prédios um mais lindo e maior que o outro. As obras do arquiteto Oscar Niemeyer fazem de ti uma cidade encantadora.

Há vários quadros na parede do meu quarto, há tantas formas de se ver o mesmo quadro, mas eu não olho para nenhum dele seu olho para esse quadro de cores vivas e cintilantes tão vivas que em ti retratada até se mechem, os carros e as pessoas pelas suas ruas andam, os pássaros e os aviões voam, cantam e fazem barulho e nos prédios vejo as luzes apagando e ligando, vejo escurecer e anoitecer e você continua do mesmo jeito.

Eu te olho São Paulo da janela do meu quarto.

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