quarta-feira, 14 de março de 2012

Diário de uma adolescente: Nova de novo


Bárbara Fernanda Cândido, cursou o ensino médio. Trabalhando em uma academia, detesta as futilidades das pessoas que idolatram somente a a aparência física. Seus Hobbies é ir ao cinema, exposições, conhecer lugares novos e a tranquilidade de uma boa chácara para esquecer do mundo. Escreve desde pequena, influenciada por mãe e professores que sempre observaram seu talento. Gosta de livros de ficção, suspense e romances.



Minha frase:
"Quando se tem ideia e determinação ambas resultam em realização"

Nova de novo


...E enquanto Lindsay rasgava a última página do seu diário e jogava na lareira, pensava consigo:


-Me livrei de mais uma!

Virou-se e jogou-se no sofá vendo tudo aquilo queimar e achou estranhamente engraçado, estranhamente vazio. 

Porque por mais que cantasse, dissesse que estava incrivelmente bem ela não estava. Na sua vida faltavam hiatos gigantes que ela em sua ignorância não compreendia.

Alisava seus próprios cabelos e pensava sozinha em sua história esquisita. Ah sim! Muito esquisita.  

-Novela mexicana! - gritava sua amiga quando Lindsay começava a recontar tudo pela enésima vez - Deus não foi um cara legal quando escreveu sua vida amiga...






Depois desse terrível tapa na cara, Lindsay desistiu de contar qualquer coisa. O fato era: vida particular, resolva-se sozinha! E pronto. Caia chuva, saia sol as coisas não eram boas quando você tenta conversar e desabafar. Cada um vai interpretar de uma maneira diferente e dar uma solução diferente. E bagunças demais já eram suficientes por enquanto.

Não tendo amiga, tolerância, fato ou importância, e olhando para aquele fogo queimando toda sua dramaturgia, tragédia grega, pensou :

-Na próxima vida venho uma borboleta!

Quando levantou prestes a abrir a porta, tendo a ideia otária de sair para beber, viu no canto da sala o que ela em sua pressa de acabar com seu diário havia esquecido. Uma foto. Uma foto que ela colara a tanto tempo. Uma foto  dela frente a uma bela paisagem. E atrás em letras caprichosas (suas letras? Poxa...) estava escrito: Apaixonada e feliz. Daqui até a eternidade!

Olhou aquilo e esquecera-se que algum dia fora tão feliz. Feliz e apaixonada, incrível! Sensacional! Seu cabelo era diferente, com mais vida, seu rosto intenso. E sentiu falta daquilo. 'Daqui até a eternidade...'  E que eternidade era essa que vivia? Deixando tudo e o fogo de coisas imprevisíveis a consumirem? A felicidade não bateria em sua porta e diria: Olá! Vim te fazer companhia!  Felicidade se busca e se conquista. E um sorriso não é difícil de fazer. Sorria e só. 

E então, achando sua versão de 10 minutos atrás uma coisa espalhafatosamente ridícula e infeliz, pegou sua bolsa, apagou a lareira, anotou mentalmente: 'Comprar agenda nova!'  Caçou pelo sofá seu celular (O celular! Esquecera que havia uma vida social a cumprir...) procurou o nº de telefone e ligou:

-Amiga? É...sou eu! Não, não morri! Humm que tal pegar uma praia hoje? Ahn? Quem disse? Eu gosto de praia sim! Esquece tudo... Tah!? Depois podemos ir ao shopping comprar uma penca de roupas novas para sair no fim de semana. Dinheiro? Não é problema! Felicidade não tem preço. Para todas as outras use o magnifico Cartão de Crédito!

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