sábado, 25 de fevereiro de 2012

Chá das 5 com Regina Azevedo


Regina Azevedo participa uma vez ao mês no Chá das 5 aqui no Folhetim Cultural.

Lamento

Cai tenebrosa a escuridão sobre a terra em que piso.
À frente nada vejo, se não névoas curvas.
O corpo não cansa, não pára.
O sono não vem, nem após os soníferos...
Sem tropeços, caminho em estradas turvas.
Mantenho-me de pé sem temer a cegueira.
Tenho a escuridão como companheira.
A dor dilacerando o ventre, não me chega ao coração.
Prolongando ainda mais meu sofrimento, me tornando imortal.
Noite... E depois noite... E noite de novo...
Porque não há mais dias, nem sóis, nem luz.
A alma pesada, o espírito gemendo...
A mente agitada, um barulho infernal!
O ventre dilacerado... A dor corroendo o âmago.
Meu corpo todo está doendo...
Minh'alma está doendo...
Doendo...
Doendo...

Regina Azevedo.


A seguir Devaneios do Ranzinza ás 20 horas e A Faixa do Poeta das Faixas Cazuza ás 22 horas.


E ainda hoje ás 23 horas Direto do Baú do Raul.





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Um comentário:

  1. ''O ventre dilacerado... A dor
    corroendo o âmago.''

    Gosto deste aspecto visceral, dando um soco no estômago do leitor, muito embora ele não venha a sentir metade do que o escritor sente.
    Abraço.

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