segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

José Louzeiro sobre o livro "Aracelli, meu amor!" que será relançado pela Editora Prumo

                                  Entrevista com José Louzeiro sobre o livro
 
 
 
O nome de todos os personagens do livro são reais?
 
Os nomes dos criminosos são reais. O título surgiu quando estávamos numa ribanceira onde o corpo da menina teria sido jogado pelos matadores e a minha fotógrafa e colega de trabalho, Ednalva Tavares, na época minha mulher, escorregou e antes de cair, pronunciou com espanto: “Aracelli, meu amor!" Para que ela não caísse, segurei-a pela mão e quase que nós dois rolávamos ribanceira abaixo. Os destroços que localizamos não eram da menina assassinada.
 
Você foi premiado pela obra?
 
Nunca recebi prêmio por essa obra. Vivi um tempão praticamente escondido para não ser morto pelos capangas dos Helal e dos Michelini, os donos do Espírito Santo na época. Na capital, Vitória, então, eles dominavam inclusive a polícia. Durante as investigações, o perito Dudu, que era funcionário público, teve seu salário suspenso na repartição onde trabalhava, e passou a viver com a ajuda dos amigos.
 
Foi sua revolta contra a desigualdade social no Brasil que motivou sua entrada no jornalismo? Ou foi como repórter policial que essa realidade o tocou?
 
Desde que iniciei no jornalismo como foca no jornal "O Imparcial", de São Luís do Maranhão, passei a ser perseguido pelas matérias que fazia. Quando mudei para "O Combate", dirigido por Zuzu Nanhuns, passei a ser perseguido pelos jagunços do político maranhense, que eu considero um bandido, chamado Vitorino Freire. Seus parceiros mataram vários colegas meus e quando chegou minha vez, o diretor do jornal conseguiu meios para que eu migrasse para o Rio de Janeiro, então o Distrito Federal.
 
Os romances-reportagens tiveram seu auge tempos atrás, mas voltam agora como tendência do mercado literário no Brasil. A que você atribui isso?
 
O leitor brasileiro, diante das aberrações da Justiça, sempre deu muita atenção aos crimes que até os jornais na minha época procuravam esconder, com exceção para o caso Aracelli. A imprensa paulista, por exemplo, e a "Última Hora", do Rio de Janeiro, me deram boa cobertura. Um dos pesquisadores do caso que muito me ajudou foi o Jorge Elias, da equipe de repórteres policiais da "UH".
 
Há planos futuros?
 
Enquanto eu puder respirar e me mexer, estarei sempre pensando em produzir livros e filmes. Acabei de lançar em São Luís, Maranhão, uma biografia da minha querida professora Maria Freitas, intitulada Lições de Amor. Tenho plano de organizar um roteiro para transformar a história dela num longa metragem. Será uma homenagem a ela e ao magistério maranhense.
 
 
Sobre o autor
 
José Louzeiro nasceu em setembro de 1932, em São Luís, no Maranhão. Aos 16 anos, já iniciava no jornalismo (O Imparcial), na condição de aprendiz de revisor gráfico. Em janeiro de 1954, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Atuou como repórter de polícia durante 25 dos 40 anos dedicados ao jornalismo. Nesse tempo, passou pela redação de quatorze jornais no Rio e alguns de São Paulo. Em 1958, fez sua estreia na literatura com o volume de contos intitulado Depois da Luta. Ele tem cerca de 50 livros publicados. Entre suas obras estão Lúcio Flávio, O Passageiro da Agonia, O Caso Cláudia, O Homem da Capa Preta, Em Carne Viva e Praça das Dores. Grande parte de sua produção é classificada como romance-reportagem, gênero criado por ele no Brasil. Seu primeiro trabalho no cinema aconteceu em 1976, como co-roteirista do filme Lúcio Flávio: O Passageiro da Agonia, dirigido por Hector Babenco com Reginaldo Farias no papel título.
 
Crítico e inquieto, José Louzeiro já participou de várias entidades culturais e profissionais. Foi presidente do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro e vice-presidente da Fundação de Artes do Rio de Janeiro (Funarj). Atualmente é membro da Academia Maranhense de Letras; diretor cultural da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT) e vice-presidente do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro.
 
Ficha técnica
 
Livro: Aracelli, meu amor
Editora Prumo
Autor: José Louzeiro
Selo: leia
ISBN: 978-85-7927-237-0
Formato: 14 x 21 cm
Nº de páginas: 232
Preço: R$ 29,90
 
 
 
Enviado por A4 Comunicação
 
 

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