terça-feira, 22 de maio de 2012

Sentires Poéticos por Ianê Mello: Dias Iguais


Sempre encontrei verdadeiro fascínio na poesia, sendo por ela constantemente atraída,
por sua forma subjetiva e rica de expor sentimentos e idéias com profundo lirismo.
Quando comecei a escrever algumas linhas, na minha adolescência, foi através da forma 
poética que encontrei expressão. Os versos fluíam tão naturalmente e com tamanha
facilidade que não pensava nas palavras, elas vinham e se apossavam de mim (risos). 
Me sentia um mero instrumento daquele "algo" que de mim se apoderava, a inspiração.
Com o passar do tempo fui encontrando novas formas de expressão, como o conto e a
crônica, encontrando prazer e desenvolvendo uma fluência na escrita desses gêneros,
         mas a poesia continua sendo a minha paixão e a minha catarse.




Biografia


         Nascida no Rio de Janeiro (RJ).

É educadora e pós-graduada em Pedagogia
Identificada com as diversas propostas em textos literários, escreve também com 
resultados diversificados.



Seus textos incluem contos, crônicas, aforismos, haicais e poesias.



Alguns deles são publicados na internet, em sites, blogs e revistas eletrônicas.



Escreveu um livro de contos "Rocktales - Contos do Rock"" com o escritor Beto Palaio, a ser publicado em breve.

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Contato: ianerubens@gmail.com

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Por Ianê Mello


Dias Iguais


Numa praça em Genebra um homem idoso parecia não se incomodar com a chuva que caía molhando suas vestes. Sentado num dos bancos assim permaneceu, cobrindo apenas sua cabeça com o jornal que ali achara, com seu olhar parado, encoberto pelas grossas lentes de seus velhos óculos e suas mãos apoiadas em sua velha e usada bengala. Estava velho e cansado, imerso em seus pensamentos. Da vida já não tirava proveito e nem graça. Parecia que nada o faria dali levantar-se para procurar um abrigo. Mas por que esse total desleixo com sua saúde? Afinal, poderia pegar uma gripe forte, o que nessa idade não deixa de ser temerário. Mas ele sequer pensava nisso. O instinto de auto - proteção já não fazia mais parte de suas qualidades. Ele se tornara alheio a si mesmo, a sua vida, bem como a tudo ao seu redor. Seus olhos cansados e de visão pouca já não registravam as belezas da vida. Não focava, na verdade, seu olhar em mais nada. Ele apenas vivia, dia após dia, porque não tinha outro jeito, ainda não chegara a sua hora de partir. Quando acordava cedo pela manhã, porque assim se acostumara, a primeira coisa que pensava era: mais um dia... Se levantava da cama sem vontade, com seu andar arrastado, de quem carregava consigo todo o peso de um passado que não deixava para trás. E como deixá-lo para trás se não via a sua frente futuro algum. A única coisa que lhe restava era lembrar-se dos dias que vivera, pois  isso que agora tinha não julgava ser vida.  Ele resolve por fim, depois de muito tempo, levantar-se para ir para casa. Para no sinal vermelho e espera que abra para atravessar a rua de grande movimento. Sente, então, um toque em seu braço. Vira-se e se depara com um jovem rapaz com um largo sorriso no rosto.


- Posso lhe ajudar a atravessar?
- Por que perde tempo com um velho como eu, não tem nada melhor a fazer? - pergunta intrigado com tamanha gentileza.


O jovem olha para ele com serenidade e responde com a voz firme:


- Nada no momento é mais importante do que ajudá-lo a atravessar .


Ele, ainda curioso, pergunta:


- Por quê?
- Porque um dia quando chegar na sua idade gostaria que alguém fizesse o mesmo por mim. Vamos? - respondeu  segurando mais firme em seu braço.
- Obrigada, meu filho. - responde o velho com um sorriso.

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