sábado, 4 de junho de 2011

Devaneios do Ranzinza por Roberto Prado


Roberto Prado, 49 anos Santos, São Paulo.


Publicou dois livros, é funcionário público e todo mês fará sua participação no Chá das 5 aqui no Folhetim. E todos os sábados ás 11 horas terá esta coluna especial.



Homem Criado Por Mãe E Irmã É Assim



Ontem no “Metrópoles” tomando um café com o Magrão, vi na mesa ao lado um antigo colega de infância desses que a gente evita cumprimentar, atravessa a rua para não ser visto, sai da fila do Banco, pula do ônibus quando ele entra, acho que vocês já entenderam.
Lá estava ele sentadinho com mais duas pessoas.
Mais que depressa, virei a cara para o outro lado, afinal a última coisa que eu queria era ser reconhecido por ele, ali, naquele lugar.
Tomei meu cafezinho, feito um egípcio, (de lado) o tempo todo. E, de gole em gole, surgiu essa pérola:



homem criado por mãe e irmã é assim
delicado
educado
entende de ciclo menstrual
sempre carrega um absorvente no bolso
anda com passos curtos e nervosos
(e nas pontas dos pés)
tem a mão hidratada
unhas aparadas e limpas
lenço sempre perfumado
só bebe licor de menta
sensível
chora à toa...
nunca é um prazer encontrá-lo na rua
pois fatalmente nos fará sentir vergonha na frente de algum amigo



Pois é, está cada vez mais perigosa a sagrada hora do cafezinho. Já não basta Magrão arrumar as encrencas dele e ainda me aparecem essas assombrações do passado!

2 comentários:

  1. Afff!! Será que entendi direito?!
    É impressão minha, ou há de fato um certo preconceito nesse texto?
    Abraços cariocas!

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  2. Um certo preconceito não: um preconceito explícito!!! Afff!!!

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