quinta-feira, 27 de outubro de 2011

7ª Mostra de Referências Teatrais: última semana conta com atrações todos os dias


 Termina no próximo domingo (30/10) a 7ª Mostra de Referências Teatrais. Nesta última semana, há espetáculos teatrais gratuitos todos os dias no município.

Nesta quarta-feira (26/10), às 20h, o Galpão das Artes recebe a peça “A Carne Exausta”, com as atrizes Erica Montanheiro, Juliana Mesquita e Ligia Yamaguti. Já na quinta-feira (27/10), também às 20h, haverá no local o espetáculo “Entrevista com Stela do Patrocínio”, com Georgette Fadel, Lincoln Antônio e Suzana Amaral.

Na sexta-feira (28/10), estão programadas duas apresentações na mostra. Às 12h, a Praça João Pessoa recebe a Gira Cia. Teatral, que encenará “Tarde de Palhaçadas”. Às 20h, no Galpão das Artes, o Engenho Teatral apresenta “Opereta de Botequim”.

Sábado (29/10), às 20h, o Galpão das Artes recebe o espetáculo “Noel Rosa, o Poeta da Vila e seus Amores”. E, no domingo (30/10), a mostra será encerrada com a Cia. Fraternal de Artes e Malas-Artes, com a peça de rua “Sacra Folia”, às 18h, na Praça Cidade das Flores.

A mostra
Consolidada como um evento de destaque nas artes cênicas do Estado e do país, a 7ª Mostra de Referências Teatrais é promovida pela Prefeitura de Suzano e pela a Associação de Cultura e Cidadania Contadores de Mentira e conta com o patrocínio da Petrobrás. Como nos anos anteriores, o público pode conferir espetáculos legitimados e ver a atuação de artistas consagrados.

Iniciado em 16 de outubro, o evento segue até 30 de outubro, trazendo ao município 14 espetáculos teatrais, duas apresentações musicais, um show circense e um bate-papo voltado para grupos de teatro.

Como o próprio nome do evento já diz, a mostra tem o objetivo de trazer a Suzano o teatro que é referência no país, tanto para a formação de público como para a troca de experiências com artistas locais. Como todos os espetáculos são gratuitos, também é uma forma de democratizar o acesso à cultura e à arte no município.

Todos os espetáculos adultos apresentados no Galpão das Artes possuem classificação etária de 12 anos. Nos outros locais, a classificação é livre. Os ingressos devem ser retirados no local uma hora antes do espetáculo.


CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DE 26 a 30 DE OUTUBRO DA
7ª MOSTRA DE REFERÊNCIAS TEATRAIS DE SUZANO

26/10 (quarta) – 20h – Galpão das Artes
“A Carne Exausta”
Cinco pequenos episódios cômicos e dramáticos falam de mulheres apaixonadas em uma metrópole às vésperas do feriado de Corpus Christi. Por trás dessas fábulas, as atrizes são desafiadas, assim como as personagens da peça, a se reinventarem.

Ficha técnica
Elenco: Erica Montanheiro, Juliana Mesquita e Ligia Yamaguti
Texto: Cássio Pires
Direção: Paulo Azevedo
Co-direção: Tatiana Caltabiano
Figurinos: Kleber Montanheiro
Vídeos: Pablo Pinheiro, Rene Brasil e Vinícius Vitti
Participações em vídeo:
O começo da alma: Daniela Galli, Rafael Maia, Ulisses Sakurai, Carol Badra, Juliana Sanches, Luiz Gustavo Jahjah, Pablo Rodrigues e Lívia Camargo
Os benefícios do tabaco: José Roberto Jardim
Iluminação: Sérgio Oliveira
Concepção cenográfica/trilha sonora: Paulo Azevedo
Produção de áudio: Rodrigo Nunes
Músicos “Medo de amar”: Fê Sztok e Luiz Vital
Preparação corporal e orientação de movimento: Nathalia Catharina
Treinamento em melodrama: Erica Montanheiro
Consultoria em viewpoints: Juliana Monteiro
Direção de produção: Erica Montanheiro
Produção executiva: Juliana Mesquita e Tatiana Caltabiano
Programação visual: Glaura Santos
Fotos: Luciana Dal Ri
Idealização: Erica Montanheiro, Juliana Mesquita e Ligia Yamaguti
Realização: Lolita Produções

27/10 (quinta) – 20h – Galpão das Artes
“Entrevista com Stela do Patrocínio”, com Georgette Fadel, Lincoln Antônio e Suzana Amaral
Stela do Patrocínio está internada “num hospital, lugar de tudo que é doença”, uma colônia para doentes psiquiátricos há mais de 12 anos. No seu depoimento, conta de onde veio, como se formou, como foi parar ali, como é seu dia a dia. Na entrevista que dá a uma estagiária, fala ainda de seus sonhos e desejos. Tudo cantado, como numa ópera.

Os textos de “Entrevista com Stela do Patrocínio” foram retirados do livro “Reino dos Bichos e dos Animais é o Meu Nome”, organizado por Viviane Mosé e editado por Azougue Editorial em 2001. O uso neste espetáculo está autorizado pelo Museu Bispo do Rosário, detentor dos direitos sobre a obra de Stela.

Georgette Fadel é atriz formada pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP) e diretora formada pelo Departamento de Artes Cênicas da Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP). É professora de interpretação na Escola Livre de Teatro de Santo André e no Estúdio Nova Dança, São Paulo. Ganhou o Prêmio Shell 2007 de Melhor Atriz por “Gota D’Água, um Breviário”.
Com a Cia. São Jorge de Variedades. Dirigiu “Pedro, o Cru”, de Antonio Patrício; “Um Credor da Fazenda Nacional”, de Qorpo-Santo; “Biedermann” e “Os Incendiários”, de Max Frisch; e “Quem não Sabe mais Quem é, o que é e Onde Está Precisa se Mexer” –esta última, vencedora do Prêmio Shell 2009 na Categoria Especial. Dirigiu ainda “Primeiro Amor”, de Samuel Beckett; “Love n Blembers”, dramaturgia de Georgette Fadel e elenco; “Santa Luzia Passou por Aqui com seu Cavalinho Comendo Capim”; e “Bartolomeu, o que Será que nele Deu?”, com o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, entre outras peças.

Como atriz, atuou em “Rainha[(s)] – Duas Atrizes em Busca de um Coração”, adaptação de Mary Stuart de Schiller e direção de Cibele Forjaz,; “Anjo Negro – Lembrança de uma Revolução: a Missão”, adaptação de Nelson Rodrigues e Heiner Müller e direção de Frank Castorf; “As Bastianas”, direção de Luis Mármora; “Esperando Godot”, direção de Cristiane Paoli-Quito; “Marat-Sade”, de Peter Weiss e direção de Francisco Medeiros, entre outras. Com a Cia. do Latão, atuou em “Ensaio para Danton”, “Santa Joana dos Matadouros” e “O Nome do Sujeito”.

Lincoln Antônio é pianista, compositor e produtor cultural. Formado em Composição e Regência pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). No teatro, como diretor musical, compositor e arranjador, trabalhou com Marco Nanini (“Hello Gershwin!”, “De Rosto Colado”, “O Médico e o Monstro”), Bibi Ferreira (“Na Bagunça do teu Coração”) e Márcio Aurélio (“O Espírito da Terra”), entre outros. Com a Cia. do Latão e o diretor Sergio de Carvalho realizou “O Catálogo”, “Ensaio para Danton”, “Santa Joana dos Matadouros”, “Ensaio para o Latão”, “O Nome do Sujeito”, “João Fausto” e “A Comédia do Trabalho”. Trabalhou ainda com a Cia. São Jorge (“Pedro o Cru”), As Graças (“Clarices”, “Noite de Reis” e “Tem, mas Acabou”), Cia. Fraternal (“As Três Graças”), Cia. Livre (“Raptada pelo Raio”), Maria Alice Vergueiro (“Gota d’Água”) e Ester Goes (“Determinadas Pessoas – Helene Weigel”). Em 2009 foi indicado ao Prêmio Shell pela música do espetáculo “Rainha[(s)] – Duas Atrizes em Busca de um Coração”, dirigido por Cibele Forjaz.

Gravou os CDs “O Ouvido das Canções”, “Cavalo de Praia – sambas da ilha” e “Quintal”, este com o cantor Ney Mesquita. Foi semifinalista do 3º Prêmio Visa MPB – Compositores, edição de 2000. Participou da Orquestra Scotland Brasil e realizou concertos em São Paulo, Curitiba e outras cidades do Reino Unido, como Glasgow, Edimburgo e Londres. Gravou com Suzana Salles (“Concerto Cabarett”, “As Sílabas”), Cida Moreira (“Interpreta Chico Buarque”), Péricles Cavalcanti (“Blues 55” e “O Rei da Cultura”), Chico Saraiva (“Trégua e Saraivada”), Ceumar e Dante Ozzetti (“Achou”), Juçara Marçal e Kiko Dinnuci (“Padê”), entre outros.
Integra o grupo A Barca, que gravou os CDs “Turista Aprendiz”, “Baião de Princesas” e a caixa de CDs e DVD “Trilha, Toada e Trupe”. É fundador da Cooperativa de Música de São Paulo.

Juliana Amaral é cantora, compositora, atriz, produtora e gestora cultural. Tem dois discos lançados pela gravadora Lua Music: “Águas Daqui” (2002) e “Juliana Samba” (2007). Apresenta-se às quintas-feiras, desde 2004, no Ó do Borogodó, casa noturna de samba e choro na cidade de São Paulo. Trabalhou na Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, na implantação e coordenação de projetos e políticas públicas. Integrante do estúdio RISCO, atua também nas áreas de arte gráfica, direção de arte, design e comunicação.

Julia Zakia é formada em Audiovisual pela ECA–USP, com especialização em Direção de Fotografia de Cinema e Vídeo e em Direção de Cinema. Dirigiu os documentários “O Chapéu do Meu Avô” (2004) e “Tarabatara” (2007) e as ficções “Suíte Anonimato” (2005), “A Estória da Figueira” (2006) e “Pedra Bruta” (2009). Fez a direção de fotografia de “Chorume” (2005) e “Super Humanos”. Faz parte do Gato do Parque, grupo que pesquisa cinema e vídeo.

Ficha técnica
Elenco: Georgette Fadel e Juliana Amaral
Música: Lincoln Antônio (piano)
Luz: Julia Zakia
Figurinos: Silvana Marcondes
Direção geral: Georgette Fadel e Lincoln Antônio
Produção: Núcleo do Cientista – Cooperativa Paulista de Teatro
Duração: 70 minutos

28/10 (sexta) – 12h – Praça João Pessoa
“Tarde de Palhaçadas”, com a Gira Cia. Teatral, da Cooperativa Paulista de Teatro
Fruto de uma pesquisa de 20 anos e criado por Jairo Mattoso espetáculo presta uma justa homenagem aos palhaços brasileiros. Numa tarde de verão, uma trupe de palhaços monta um picadeiro e apresenta uma série de reprises clássicas: o jornal, a bata, a bomba, a telepatia, o boxe.

O espetáculo traz três palhaços: o mestre de pista Batata (Carlos Baldim), o cômico Tonelada (André Ceccato) e o ranzinza Pinhão (Fabio Neppo), além da percursionista Maestrina Jujuba (Júlia Mariano).

Com números clássicos de palhaços circenses, inspirados em nomes como Arrelia, Fuzarca, Torresmo e Carequinha, o espetáculo foi todo formatado para obter a total interatividade do público, tanto nos números de plateia quanto na convocação, pelo elenco, da participação das crianças com perguntas, gestos e músicas.

Em cartaz desde julho de 2004, o espetáculo já cumpriu temporada nos teatros Santa Cruz, Jardim São Paulo, Ruth Escobar, Maria Della Costa, Arthur Azevedo, Paulo Eiró, Cacilda Becker, Ágora, Folha e Tim Campinas. Em 2010, ganhou o edital de ocupação do Espaço Cultural Funarte – sala Carlos Miranda, onde ficou em cartaz de junho a agosto do ano passado.

Está em cartaz no Teatro Maria Della Costa, em São Paulo, desde setembro de 2010. Também foi apresentado nos Centros Educacionais Unificados (CEUs) da Prefeitura de São Paulo, em todas as edições do Recreio nas Férias; na Virada Cultural de São Paulo; na Virada Cultural Paulista e no Circuito Cultural Paulista. Há três anos se apresenta no Espaço Veja São Paulo de Campos do Jordão e da Riviera de São Lourenço.

Foi apresentado ainda no Festival de Teatro Infantil de Blumenau (SC), na Feira de Ciências da Universidade de São Paulo (USP), no Festival de Férias do Teatro TIM e Folha, na Palhaçaria Geral do Espaço Parlapatões, no Festival Paulista de Circo e na Semana Ticket Cultural. Também pode ser visto nas unidades do Sesc de Santo André, Ribeirão Preto, Vila Mariana e Santos.

Ficha técnica
Texto e direção: Jairo Mattos
Elenco: André Ceccato, Carlos Baldim, Fábio Neppo, Julia Mariano e Tadeu Pinheiro
Diretor de produção e administrador: Mario Sergio Loschiavo
Técnico de montagem, som e luz: Vitor Marques
Duração: 50 minutos

28/10 (sexta) – 20h – Galpão das Artes
“Opereta de Botequim”, com o Engenho Teatral
Cada um, cada um, certo? Certo! Pero no mucho...

O indivíduo, essa gracinha de pessoa, não é só um, é uma multidão. Não nasce, cresce e morre como a gente imagina, tem uma vida de séculos, que começa mais ou menos com a chamada “Idade Moderna”, o tempo exato da nossa civilização dita capitalista ou do capitalismo dito civilização, que, como todo mundo sabe, ainda não morreu. Aliás, tem gente que acha que isso não vai morrer nunca, o que não passa de outra crença ou certeza “muito minha”, afirmam alguns, para desespero de outros.

Esse homem comum, essa pessoinha –eu, você, nós– tem caráter, personalidade própria, forte, interior, algo assim parecido com o emprego ou a propriedade que tem ou deixa de ter, bem interior, como se vê. Já “Opereta de Botequim” não tem caráter nenhum. É um deboche. Imagine um grupo de teatro tocando e cantando. É, cantando! Mexendo com coisa séria sem o menor respeito. Falando do próprio umbigo alheio, feito de trabalho, contas, correria. Isso não pode dar certo.

E pra encerrar esse assunto de coisa errada, um último aviso: o Engenho é um grupo. Empresarial? Não. De teatro!! Existe desde 1979, mas, em 1993, abandonou definitivamente (até quando, meu Deus?!) o circuito tradicional, construiu um teatro móvel –o Engenho Teatral– e se meteu na periferia de São Paulo pra fazer teatro junto à população que não vai nem pode ir a teatro. Dezoito anos nessa vida, mais 14 anos de vida pregressa só poderia dar no que deu: numa “Opereta de Botequim”, pura bagaceira (não confunda com bagaceira pura). Não acredita? Então vai lá pra ver! Mas não diga que não foi avisado.

Ficha técnica
Concepção e roteiro: Engenho
Direção, cenário e iluminação: Luiz Carlos Moreira
Elenco: Beto Nunes, Débora Miranda, Irací Tomiatto, Juh Vieira e Roberto Prado
Músicas: Juh Vieira
Textos e letra das músicas: Beto Nunes, Irací Tomiatto, Juh Vieira e Luiz Carlos Moreira
Figurinos: Engenho e Malu Borges
Preparação corporal : Kelliy Anjos
Preparação rítmica: Hiles Moraes
Adereços: Engenho
Programação visual: Juh Vieira
Fotos: André Mürrer e Xandi
Produção: Engenho/Cooperativa Paulista de Teatro
Duração: 70 minutos

29/10 (sábado) – 20h – Galpão das Artes
“Noel Rosa, o Poeta da Vila e seus Amores”
Um Noel Rosa moribundo, que se coloca a recordar os grandes momentos de sua vida, é o fio condutor para o espetáculo musical, que narra em forma não linear os fragmentos da história do compositor. Mulheres como a mãe de Noel, as damas que abalaram seu coração e suas intérpretes favoritas, Araci de Almeida e Marília Batista, protagonizam uma espécie de delírio, que recria o clima boêmio da era do rádio, dos grandes carnavais e cabarés típicos dos redores dos arcos da Lapa.

Com foco especial em canções que marcaram a carreira do compositor e cronista brasileiro, a montagem músico-teatral busca um caminho de maior interação com o público. “O espetáculo busca fazer com que o público se sinta quase que nos bares e locais em que Noel Rosa transitou, numa aproximação ‘fantástica’ do universo boêmio”, conta o diretor do espetáculo, Dagoberto Feliz.

Por todo o espaço cênico são espalhadas mesas e cadeiras, nas quais os espectadores são convidados a se acomodarem e a degustarem as bebidas preferidas de Noel Rosa: cerveja e conhaque. Nasce, então, um cenário de botequim ou cabaré, que envolve atores e público no mesmo universo de nomes como o radialista Casé e o sambista Wilson Batista –figuras que emolduram o Rio de Janeiro da década de 30.

Ficha técnica
Texto: Plínio Marcos
Direção: Dagoberto Feliz
Assistência de direção: José Eduardo Rennó
Dramaturgia e seleção de repertório: José Eduardo Rennó e Cristiano Tomiossi
Elenco: Cristiano Tomiossi, Ana Gilli, Lucélia Sérgio, Cibeli Bissoli, Gisela Millás, Sueli Andrade, Katia Naiane, Lívia Camargo, Joaz Campos, Rodrigo Scarpeli, César Negro, Tayrone Porto, Alexandre Moura, Flávio Rubens, Marcos Rochael, Ildo Silva e Miró Parma
Cenário: Flávio Tolezani
Figurino: Daniel Infantini
Iluminação: André Canto e Ronaldo Dias
Visagismo e adereços: Wander Panhoça
Fotografia: Barbara Campos
Ilustrações: José Eduardo Rennó
Programação visual: SATO – Casadalapa
Direção de palco: Ronaldo Dias
Produção geral e administração: Cristiano Tomiossi e Lívia Camargo
Idealização: Cristiano Tomiossi
Produção: Coisas Nossas Produções

30/10 (domingo) – 18h – Praça Cidade das Flores
“Sacra Folia”, com a Cia. Fraternal de Artes e Malas Artes
“Autos, segundo a definição clássica, são composições dramáticas breves, de caráter religioso ou profano, podendo comportar elementos cômicos e jocosos”, define o autor da peça, Luis Alberto de Abreu.

A primeira versão de “Sacra Folia” estreou em 1996 e marcou o início da pesquisa da Fraternal em torno do auto, que é uma forma tradicional e popular de teatro. Esta nova versão incorpora vários elementos da cultura popular pesquisados pela companhia durante os últimos anos e transformados em material cênico, como a síntese entre os elementos sacro e profano.

No espetáculo atual, a Sagrada Família, perseguida por Herodes e seus soldados, se perde em sua fuga para o Egito e acaba chegando ao Brasil. A perseguição continua em solo nacional e a Sagrada Família se vê obrigada a aceitar a ajuda de dois tipos populares, João Teité e Matias Cão, para se livrar de Herodes e retornar à Judéia. Guiados por Teité, José, Maria e o menino Jesus acabam se embrenhando pelos confins do Brasil. Ao final da extensa e cômica epopéia, Teité registra Jesus como seu filho, para que ele realize no Brasil a promessa do reino de fartura que o Messias, segundo a profecia, haveria de trazer ao mundo.

A Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes se apresentará em Suzano em sua nova casa: uma carreta de 11 metros de comprimento em que foi acoplado um baú, cujas laterais se abrem, revelando um palco de mais de oito metros de largura por quase sete metros de profundidade. “O palco itinerante é uma tradição do teatro desde a Carroça de Dionísio, passando pelas trupes da Commedia dell’Arte e, mais recentemente, pela Carroça de Ouro”, diz o diretor Ednaldo Freire.

Mas, apesar da tradição, a ideia foi fruto da necessidade, já que desde a saída do Teatro Paulo Eiró, a companhia ficou sem sede própria e distanciada de seu público. “No Paulo Eiró conseguimos formar uma plateia verdadeiramente popular, nunca recuperada após nossa retirada forçada de lá”, lembra Freire. “A impossibilidade de conseguir um espaço fixo onde pudéssemos dar continuidade ao nosso projeto nos levou à ideia de um palco rodante, que desse acesso gratuito ao maior número possível de pessoas”.

A Fraternal apresenta alternadamente, nos parques de São Paulo e na sede de alguns grupos periféricos, duas grandes comédias de seu repertório popular: “Auto da Paixão e da Alegria” e “Sacra Folia”. Além do palco e camarim, a carreta também transporta uma cobertura, para abrigar uma plateia de 300 pessoas.

Ficha técnica
Autor: Luis Alberto de Abreu
Direção: Ednaldo Freire
Elenco: Fraternal Cia de Arte e Malas Artes - Aiman Hammoud, Pedro Lemos, Márcia de Oliveira, Luti Angelelli, Mirtes Nogueira e Roberto Barbosa
Duração: 75 minutos
Endereços:

Galpão das Artes: rua Nove de Julho, 267 – Centro
Praça João Pessoa: Centro
Praça Cidade das Flores: Centro (ao lado do Paço Municipal)

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